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Moradia, saúde e alimentação: para onde poderia ir o dinheiro gasto por Bolsonaro no cartão corporativo

Levantamento mostra que, somente em 2022, Bolsonaro gastou R$ 8,8 milhões no cartão corporativo

Moradia, saúde e alimentação: para onde poderia ir o dinheiro gasto por Bolsonaro no cartão corporativo
RBA
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De acordo com o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial no país –, fechou abril em 1,06%. O maior resultado para o mês em 26 anos, desde 1996, quando atingiu 1,26%. Com tudo mais caro, é preciso fazer mais contas para saber o que comprar e tentar fechar o mês no azul.

Mas essa não parece ser uma preocupação da Presidência da República. Nos 40 meses de mandato de Jair Bolsonaro (PL), foram gastos cerca de R$ 38,4 milhões no cartão corporativo da Presidência, o que equivale a R$ 32 mil reais por dia. 

Conforme mostrou a RBA, somente neste ano, o presidente usou o cartão para gastos que chegam a R$ 8,8 milhões, de acordo com o Portal da Transparência. 

No início do mês, levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou ainda que, entre 10 de abril e 5 de maio, foram pouco mais de R$ 4,2 milhões pagos com o cartão ligado à Presidência da República. Nos três primeiros meses do ano, esses gastos somam R$ 4,6 milhões.

O montante usado por Bolsonaro mexe com o imaginário dos brasileiros que, em sua maioria, sofrem com a alta da inflação e a queda na renda. Integrante da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) Josué Rocha calcula que, com R$ 38 milhões, era possível construir ao menos 290 casas populares.

“Contando o valor atualizado do governo federal para produção habitacional em capitais e metrópoles, que é de R$ 130 mil por unidade habitacional, esse valor construiria por volta de 290 unidades que poderiam atender mais de mil pessoas. Certamente seria um uso bem melhor para um valor que está sendo desperdiçado por Bolsonaro”, indica o MTST.

Moradia, fome e saúde: demandas reais

Porém, pode-se pensar ainda em uma quantia menor. Os R$ 32 mil diários gastos resultam em R$ 960 mil mensais. O que, de acordo com o presidente da Associação Assistência Sem Fronteiras (AASF), José Francisco, que tem um trabalho diário de entregas de marmitas e mensal com a doação de cestas básicas, daria para ajudar muita gente que está passando fome.

“Nós conseguimos entregar pelo preço que pagamos hoje uma média de 14.300 cestas básicas. A gente prepara todos os dias sopas para distribuição nas ruas. O custo hoje da nossa sopa com embalagem está em torno de R$ 2,50. Daria para fazer 384 mil refeições. É bastante coisa”, diz.

É tanto dinheiro que um cidadão comum não sabe nem o que fazer. Dona Sônia Regina que, mesmo aposentada, trabalha para complementar a renda, conta que não dá para imaginar tanto dinheiro. Mas seus planos na destinação dos R$ 38 milhões são altruístas.

“Se eu tivesse esse dinheiro todo eu não sei nem o que faria. Eu só penso em ter uma casa e poder ajudar os meus parentes mais necessitados. E aí depois eu ajudaria uma instituição, tipo um orfanato, um asilo. Aí também aplicaria na educação e na saúde. Porque a gente tendo um estudo e saúde fica mais fácil, que é o que precisamos”, elenca a aposentada.

O cartão corporativo usado pelo presidente serve para custeio de despesas relacionadas ao exercício do cargo. O que Bolsonaro tem feito para não ter que justificar seus gastos é o sigilo de 100 anos nessas informações.

FONTE/CRÉDITOS: RBA
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