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CPI da Covid aprova relatório e pede punição de Bolsonaro e mais 79 por crimes na pandemia

Parecer foi aprovado por 7 a 4; comissão instalada há 6 meses apurou crimes em pandemia que soma mais de 600 mil mortos no país

CPI da Covid aprova relatório e pede punição de Bolsonaro e mais 79 por crimes na pandemia
Adriano Machado/ Reuters
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Instalada para investigar as ações e omissões no enfrentamento da pandemia mais letal da história, que soma mais de 600 mil mortes no Brasil, a CPI da Covid chega ao fim nesta terça-feira (26) com a aprovação de relatório que atribui crimes ao governo federal e pede a responsabilização de vários agentes, sobretudo do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.

O relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) foi aprovado por sete votos a favor e quatro contrários.

Votaram favoráveis ao texto, além do relator, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AM).

Esses senadores formam o chamado G7, grupo que desde o início dos trabalhos comandou as ações da comissão.

Votaram contrariamente os governistas Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorginho Mello (PL-SC).

A versão final do relatório contém a proposta de indiciamento de 78 pessoas e duas empresas (Precisa Medicamentos e VTCLog).

O parecer aponta que há provas de que o governo Jair Bolsonaro foi omisso e escolheu agir "de forma não técnica e desidiosa" no enfrentamento da pandemia.

A CPI ainda vê ações intencionais do governo para expor a população ao vírus e afirma que Bolsonaro era assessorado por uma espécie de gabinete paralelo, com membros que disseminavam fake news e promoviam tratamento ineficaz.

O parecer também cita irregularidades em negociações de vacinas, demora para compra de imunizantes eficazes e omissão para evitar o colapso sanitário no Amazonas.

Os senadores pedem o indiciamento de empresas, além de nomes ligados à operadora Prevent Senior, que teriam submetido pacientes a procedimentos ilegais.

Em seu último discurso antes da votação, Renan disse estar convencido de que Bolsonaro agiu como homicida e entrou para a "galeria de facínoras".

"Sabotou a ciência, é despreparado, desonesto, caviloso, arrogante, autoritário, com índole golpista, belicoso, mentiroso e agiu como missionário enlouquecido para matar o próprio povo", disse Renan.

"Esse relator está sobejamente convencido que há um homicida homiziado no Palácio do Planalto. Sua trajetória é marcada pela pulsão da morte, pelo desejo de exterminar adversários, de armar a população e cultuar carniceiros assassinos como Brilhante Ustra, Augusto Pinochet, Alfredo Strossner, Adolf Hitler e outros infames que completam a galeria tenebrosa de facínoras da humanidade. Bolsonaro está ao lado deles", afirmou ainda o relator.

Renan disse que os senadores vão cobrar as punições sugeridas no texto. A ideia é que representantes da CPI levem o parecer a autoridades, como o procurador-geral da República, Augusto Aras, a partir de quarta-feira (27). ​

Aziz disse que o parecer é robusto e não deve ser ignorado por procuradores e pela Justiça. "Não há como qualquer membro qualquer membro do Judiciário dizer que não existiu [crime na pandemia]. Pode até questionar alguma coisa, mas vai ter de escrever, negar, botar lá a sua assinatura e dizer que não houve nada", disse o presidente da CPI.

"Aquele que jurou a Constituição, passou em um concurso público, não tem o direito de engavetar", disse ainda Aziz.

Os últimos detalhes do texto foram fechados durante a reunião desta terça. Renan anunciou a inclusão de pedidos de indiciamento contra Heinze (por incitação ao crime ao promover fake news), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o ex-secretário de Saúde estadual Marcellus Campêlo.

No final da tarde, porém, Renan decidiu excluir o nome de Heinze após pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o mesmo que havia apresentado requerimento pela inclusão.

Vieira afirmou que recebeu pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas que sua decisão se deu por "mérito". "Não se gasta vela com defunto ruim", afirmou.

Em reunião na casa de Aziz, na noite da véspera da votação, os membros do grupo majoritário haviam decidido incluir 10 novos nomes na lista de pedidos de indiciamento. No entanto, ainda houve uma grande disputa em torno das propostas de indiciamento de outras duas autoridades, Lima e Campêlo.

A inclusão dos gestores amazonenses representa uma vitória de Eduardo Braga (MDB-AM), que havia ameaçado atuar para derrubar o relatório se Lima e Campêlo não fossem incluídos. Renan e a maior parte do G7 resistiam.

O relatório final da CPI atribui grande peso ao papel do presidente Jair Bolsonaro nas ações e omissões que afetaram negativamente o enfrentamento do coronavírus no Brasil.

O texto afirma que o mandatário "mostrou-se o responsável principal pelos erros cometidos pelo governo federal durante a pandemia da Covid-19".

O documento propõe o indiciamento do chefe do Executivo por nove crimes cometidos durante a pandemia: prevaricação, charlatanismo, crimes contra a humanidade (nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos, do Tratado de Roma) e de responsabilidade (previsto na lei 1.079/1950, por violação de direito social incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo), epidemia com resultado em morte, infração de medida sanitária preventiva, incitação ao crime, falsificação de documento particular e emprego irregular de verbas públicas.
 
Menções ao presidente Jair Bolsonaro foram incluídas no relatório final até os últimos momentos da conclusão do relatório. Os membros do grupo majoritário decidiram colocar no texto medidas para rebater a fake news divulgada pelo chefe do Executivo que relacionou a vacina contra a Covid-19 à Aids.

Em transmissão ao vivo nas suas redes sociais na última quinta (21), Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que "vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]".

O relator Renan Calheiros decidiu escrever um novo capítulo especificamente para esse episódio.

O relatório ainda recomenda o envio de uma medida cautelar ao STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito do inquérito das fake news, solicitando que o presidente seja banido das redes sociais —assim como aconteceu com o ex-presidente americano Donald Trump. A medida seria tomada por "proteção à população".

Além disso, os membros da comissão aprovaram o envio imediato da medida ao ministro Alexandre de Moraes, solicitando também que Supremo exija uma retratação do presidente da República, sob pena de R$ 50 mil por dia de descumprimento.

Na mesma questão, os membros da comissão também aprovaram um requerimento que prevê a quebra do sigilo telemático do chefe do Executivo, em relação a suas redes sociais. O requerimento prevê que o Google, Facebook e Twitter forneçam os dados telemáticos, a partir de abril de 2020, à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal.

Renan ainda inseriu no texto durante a reunião final da CPI pedido para o TCU (Tribunal de Contas da União) apurar se houve irregularidades na discussão da Conitec sobre parecer que contraindica uso no SUS de medicamentos ineficazes para a Covid, como a hidroxicloroquina.

Ligada ao Ministério da Saúde, a comissão que avalia protocolos de tratamentos da rede pública adiou o primeiro debate sobre uso do "kit Covid" para casos leves do novo coronavírus. Na semana passada, teve racha entre integrantes da pasta comandada por Marcelo Queiroga e empate na votação do relatório.

O relatório aprovado também responsabiliza outros importantes membros do primeiro e do segundo escalões do governo federal, além de seus aliados mais próximos e os três filhos mais velhos.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) foram alvo de proposições de indiciamento por incitação ao crime, por terem propagado e atuado em um grande esquema de disseminação de fake news.

No relatório, também há propostas de indiciamento de quatro ministros, três ex-ministros, duas empresas, empresários e médicos que defendem tratamentos ineficazes.

Estão na lista de pedidos de indiciamento os ministros Braga Netto (Defesa), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Marcelo Queiroga (Saúde) e Wagner de Campos Rosário (Controladoria-Geral da União). Além deles, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e os ex-ministros Eduardo Pazuello, Ernesto Araújo e Osmar Terra (MDB-RS).

A CPI ainda sugere indiciar o governador do Amazonas por epidemia com resultado morte, prevaricação e crimes de responsabilidade. Os senadores aprovaram pedir o enquadramento do ex-secretário estadual de saúde por prevaricação.

Já o deputado Ricardo Barros é um dos principais alvos do relatório, citado mais de 80 vezes no texto por ações que envolvem desde a suposta promoção de fake news até o envolvimento na compra de vacinas. O líder do governo nega as irregularidades e decidiu processar Renan por abuso de autoridade e denunciação caluniosa.

O parecer da CPI recomenda a abertura de ação civil para cobrar de Barros e de outros nomes​ reparações por dano à saúde pública e de dano moral coletivo.

As apurações sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin arrastaram o líder do governo ao centro da CPI. Isso porque o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério Saúde, dizem que levaram suspeitas sobre a negociação a Bolsonaro, que teria perguntado se Barros estava envolvido. O presidente nunca negou o questionamento.

A contratação da Covaxin por R$ 1,6 bilhão foi marcada por açodamento e pressão da cúpula da gestão de Eduardo Pazuello para liberar a importação das doses, atropelando ritos sanitários, no momento em que o governo desdenhava de ofertas como a da Pfizer. A compra foi cancelada após o avanço das apurações da CPI.

Apesar de chegarem unidos para a votação do relatório final, o G7 enfrentou várias crises ao longo dos seis meses de atividades, que chegaram a ameaçar a maioria que o grupo detinha. As mais recentes foram justamente em torno do documento final.

Às vésperas da sessão de leitura do documento, no dia 20, houve um grande racha por causa do vazamento do relatório e da inclusão de temas que não eram consenso, particularmente a proposta de indiciamento de Bolsonaro pelo genocídio da população indígena.

O relator Renan Calheiros acabou isolado e precisou recuar, retirando esse trecho do documento final, assim como a proposta de indiciamento de Flávio Bolsonaro por advocacia administrativa.

Os senadores também ensaiaram, mas desistiram de incluir o ministro da Economia, Paulo Guedes, na lista de indiciados.

Perto da votação, a questão do Amazonas foi o tema central da disputa. Braga, pré-candidato ao governo estadual, divulgou um voto complementar pedindo a inclusão de mais elementos referentes à crise da segunda onda da pandemia no estado, na qual houve colapso no fornecimento de oxigênio e pacientes morreram asfixiados.

Renan e os demais membros do grupo majoritário defendiam que havia um impedimento legal para o indiciamento de um governador, com base em decisão do STF. Acrescentavam que ambas as autoridades locais já eram alvos de inquéritos em tramitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Braga peitou todos os membros da comissão e ameaçou trabalhar justamente pela derrubada, se não tivesse seu pedido atendido. Saiu vencedor.

A votação do relatório marca o encerramento da CPI da Covid, que durante quase seis meses ouviu depoimentos e investigou as ações e omissões do governo.

As ações provocaram grande desgaste ao presidente Jair Bolsonaro, ao ponto de os membros da comissão se tornarem alvos dos ataques do chefe do Executivo.

Bolsonaro já disse que a CPI era comandada por "três patetas", em referência a Aziz, Renan e Randolfe. Também usou o termo homofóbico "saltitante" para se referir ao vice-presidente da comissão.

Em uma última crítica, na segunda-feira (25), disse que o relatório final da comissão afetava negativamente a economia brasileira.

"Há uma repercussão negativa forte fora do Brasil, sabemos disso. Me rotulam como genocida, curandeiro, falsificador de documentos, exterminador de índios. É um absurdo o que esses caras [senadores] fizeram, tem repercussão fora do Brasil. Prejudica nosso ambiente de negócios, não ajuda a cair o preço do dólar, leva uma desconfiança para o mundo lá fora", disse Bolsonaro.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente da República, também afirmou que a CPI da Covid teve o objetivo de antecipar o debate eleitoral e que não conseguiu provar nenhuma irregularidade do governo.

"Essa CPI é o maior atestado de idoneidade do governo Bolsonaro. O maior escândalo que foi levantado aqui é de uma vacina que não foi comprada", afirmou em referência à vacina indiana Covaxin.

Nesta quarta-feira (27), a cúpula da comissão vai levar uma cópia do relatório ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele será o responsável por analisar os trechos do relatório em que são pedidas responsabilizações do presidente da República e de outros agentes com foro especial.

Os membros do grupo majoritário ainda prometem acompanhar os encaminhamentos que serão dados após a conclusão dos trabalhos oficiais da comissão. Prometem montar um "observatório" para levar adiante as recomendações, tanto as propostas de indiciamentos como as proposições legislativas.

"O relatório pode não ser perfeito. Mas é uma luz de lamparina na noite dos desesperados", afirmou o senador Randolfe Rodrigues antes da sessão. "Quem tiver a intenção de arquivar esse relatório terá enormes dificuldades", completou.

Disseminação de fake news

1 Jair Bolsonaro

Ao longo da pandemia, o presidente deu diversas declarações negacionistas sobre o vírus e se posicionou contra medidas de proteção como o uso da máscara e o isolamento social. Bolsonaro também fez campanha pelo uso de medicamentos sem comprovação científica

• Epidemia com resultado morte; infração de medida sanitária preventiva; charlatanismo; incitação

ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade

 

2 Marcelo Queiroga

Ministro da Saúde, é questionado sobre possíveis interferências de Bolsonaro no direcionamento do combate à pandemia

• Epidemia culposa com resultado morte e prevaricação

 

3 Eduardo Pazuello

Ex-ministro da Saúde, o general comandou a pasta durante o pior momento da pandemia. Sua gestão ignorou ofertas de venda de vacinas da Pfizer. Contra ele também pesa a acusação de omissão no colapso do sistema de saúde no AM

• Emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade

 

4 Ernesto Araújo

Ex-chanceler. Sua postura agressiva contra a China é tida como entrave para obtenção de vacinas e insumos. É questionado por supostamente priorizar a importação da hidroxicloroquina, em vez de investir na aquisição de vacinas

• Epidemia culposa com resultado morte e incitação ao crime

 

5 Onyx Lorenzoni

Ministro do Trabalho e Previdência, está na mira por defender o tratamento precoce

• Incitação ao crime e crimes contra a humanidade

 

6 Walter Braga Netto

Ministro da Defesa

• Epidemia com resultado morte

 

7 Wagner de Campos Rosário

Ministro da CGU, supostamente prevaricou em relação a irregularidades envolvendo a Precisa e a atuação do lobista Marconny Albernaz de Faria

• Prevaricação

 

8 Flávio Bolsonaro

Senador (Patriota-RJ), deu apoio a declarações negacionistas

• Incitação ao crime

 

9 Eduardo Bolsonaro

Deputado Federal (PSL-SP), deu apoio a declarações negacionistas

• Incitação ao crime

 

10 Carla Zambelli

Deputada federal pelo PSL-SP e apoiadora de Bolsonaro

• Incitação ao crime

 

11 Bia Kicis

Deputada federal pelo PSL-DF, é uma das principais apoiadoras do presidente no Congresso. É investigada no chamado inquérito das fakes news

• Incitação ao crime

 

12 Osmar Terra

Deputado federal (MDB-RS), é apontado como padrinho do "gabinete paralelo"

• Epidemia com resultado morte e incitação ao crime

 

13 Carlos Jordy

Deputado federal pelo PSL-RJ

• Incitação ao crime

 

14 Ricardo Barros

Líder do governo na Câmara, o deputado federal (PP-PR) supostamente atuou em favor de empresas que tentavam vender vacinas para o governo federal

• Incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

15 Carlos Bolsonaro

Vereador (Republicanos-RJ), ao longo da pandemia também deu apoio a declarações negacionistas

• Incitação ao crime

 

16 Roberto Jefferson

Presidente do PTB, aproximou-se de Bolsonaro. É suspeito de disseminar fake news

• Incitação ao crime

 

17 Fabio Wajngarten

Ex-secretário de Comunicação, é questionado pela ausência de campanhas informativas. Está sob suspeita sua participação nas negociações para compra de vacinas da Pfizer

• Prevaricação e advocacia administrativa

 

18 Mayra Pinheiro

Secretária da Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, é conhecida como “capitã cloroquina”

• Epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade

 

19 Helio Angotti Neto

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde é apontado como propagador de medicamentos sem eficácia comprovada e por omissão no combate à pandemia

• Incitação ao crime e epidemia com resultado morte

 

20 Roberto Ferreira Dias

Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, foi exonerado após denúncia de pedido de propina revelado pela Folha

• Corrupção passiva; formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

21 Roberto Goidanich

Ex-presidente de braço de estudos do Itamaraty. Na gestão de Goidanich, a fundação se transformou num reduto de seguidores de Olavo de Carvalho e blogueiros de direita

• Incitação ao crime

 

22 Wilson Lima

Governador do AM, é apontado como um dos responsáveis pelo colapso no estado. Não teria agido quanto à possibilidade de falta de oxigênio, relaxou medidas de distanciamento e apoiou o ‘kit Covid’

• Epidemia com resultado morte, prevaricação e crime de responsabilidade

 

23 Marcellus Campêlo

Ex-secretário de Saúde do AM é apontado por gestão inadequada da crise sanitária ao deixar de adquirir oxigênio

• Prevaricação

 

24 Filipe Martins

Assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente

• Incitação ao crime

 

25 Tércio Arnaud Tomaz

Assessor especial da Presidência da República, é vinculado pelo Facebook a contas falsas

para proferir ataques

• Incitação ao crime

 

26 Arthur Weintraub

Apontado como o idealizador do “gabinete paralelo”

• Epidemia com resultado morte

 

27 Airton Antônio Soligo

Ex-assessor especial da Saúde

• Usurpação de função pública

 

28 Élcio Franco

Braço direito de Pazuello na Saúde

• Epidemia com resultado morte e improbidade administrativa

 

29 Heitor Freire de Abreu

Tenente-coronel da reserva e ex-subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil

• Epidemia com resultado morte

 

30 Alex Lial Marinho

Tenente-coronel e ex-coordenador de Logística da Saúde

• Advocacia administrativa

 

31 Marcelo Bento Pires

Coronel, teria feito pressão em favor da Covaxin

• Advocacia administrativa

 

32 Hélcio Bruno

Tenente-coronel e presidente do Instituto Força Brasil, é apontado por disseminar fake news

• Incitação ao crime

 

33 Carlos R. Wizard Martins

Empresário

• Epidemia com resultado morte e incitação ao crime

 

34 Otávio Fakhoury

Empresário bolsonarista, teria financiado a disseminação de fake news, segundo a CPI

• Incitação ao crime

 

35 Luciano Hang

Defensor do tratamento precoce

• Incitação ao crime

 

36 Francisco E. Maximiano

Dono da Precisa Medicamentos, intermediária nas negociações da compra da Covaxin

• Falsidade ideológica; formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

37 José Ricardo Santana

O empresário é apontado como amigo do ex-diretor da Saúde Roberto Ferreira Dias e teria participado de um jantar no qual teria ocorrido pedido de propina para que a compra de vacinas avançasse. CPI acredita que ele seja lobista da Precisa

• Formação de organização criminosa

 

38 Emanuela Medrades

Diretora técnica da Precisa, teria agido junto à Saúde para alterar a forma de pagamento pelos 20 milhões de doses da Covaxin nunca entregues

• Falsidade ideológica; formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

39 Marcos Tolentino da Silva

CPI acredita que o empresário é sócio oculto da FIB Bank, usada pela Precisa para oferecer uma carta de fiança à Saúde na negociação da Covaxin

• Formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

40 Eduardo Parrillo

Dono da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina, sem consultar pacientes e

familiares sobre a administração desses medicamentos

• Perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade

 

41 Fernando Parrillo

Dono da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade

 

42 Pedro B. Batista Júnior

Diretor-executivo da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade

 

43 Raimundo Nonato Brasil

Sócio da empresa VTCLog

• Corrupção ativa e improbidade administrativa

 

44 Andreia da Silva Lima

Diretora-executiva da VTCLog

• Corrupção ativa e improbidade administrativa

 

45 Carlos Alberto Sá

Sócio da empresa VTCLog

• Corrupção ativa e improbidade administrativa

 

46 Teresa Cristina de Sá

Sócia da empresa VTCLog

• Improbidade administrativa

 

47 Danilo Berndt Trento

Diretor da Precisa. Para a CPI, faria parte de esquema envolvendo um grande emaranhado de empresas e agentes da Saúde, para fraudar contratos da pasta

• Formação de organização criminosa e improbidade administrativa

 

48 Luciano Dias Azevedo

Anestesista, teria partido dele a elaboração de uma minuta de decreto para alterar a bula da hidroxicloroquina

• Epidemia com resultado morte

 

49 Nise Hitomi Yamaguchi

Oncologista, é tida como integrante do “gabinete paralelo”

• Epidemia com resultado morte

 

50 Paolo Zanotto

Virologista, alinhou-se aos defensores do tratamento precoce

• Epidemia com resultado morte

 

51 José Alves

Dono da Vitamedic, empresa que financiou anúncios sobre tratamento precoce

• Epidemia com resultado morte

 

52 Antonio Jordão

Presidente da Associação Médicos pela Vida, que fez propaganda do tratamento precoce

• Epidemia com resultado morte

 

53 Flávio Adsuara

Cadegiani

Médico que fez estudo com proxalutamida —droga testada no combate ao câncer e que pode ter levado pacientes da Covid-19 à morte

• Crime contra a humanidade

 

54 Daniella A. Moreira da Silva

Médica da Prevent Senior

• Crime de omissão e crime consumado

 

55 Paola Werneck

Médica da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde

de outrem

 

56 Daniel Arrido Baena

Médico da Prevent Senior

• Falsidade ideológica

 

57 João Paulo Barros

Médico da Prevent Senior

• Falsidade ideológica

 

58 Fernanda de Oliveira Igarashi

Médica da Prevent Senior

• Falsidade ideológica

 

59 Carla Guerra

Médica da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade

 

60 Rodrigo Esper

Médico da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade

 

61 Fernando Oikawa

Médico da Prevent Senior

• Perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade

 

62 Mauro Luiz de Brito Ribeiro

Presidente do Conselho Federal de Medicina, teria dado suporte à prescrição de remédios ineficazes. Também teria sido omisso diante de supostos crimes denunciados ao órgão, segundo a CPI

• Epidemia com resultado morte

 

63 Túlio Silveira

Representante da Precisa, o advogado é acusado de ter participação na negociação da Covaxin

• Falsidade ideológica e improbidade administrativa

 

64 Rafael F. Carmo Alves

Intermediador nas tratativas da Davati, empresa envolvida em negociações de doses da AstraZeneca, sem aval da fabricante

• Corrupção ativa

 

65 José Odilon T. da Silveira Jr.

Intermediador nas tratativas da Davati, empresa envolvida em negociações de doses da AstraZeneca, sem aval da fabricante

• Corrupção ativa

 

66 Cristiano Carvalho

Representante da ​Davati

• Corrupção ativa

 

67 Marcelo Blanco da Costa

Ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, também seria intermediador nas tratativas da Davati

• Corrupção ativa

 

68 Luiz Paulo Dominguetti Pereira

Representante da Davati, afirmou em entrevista à Folha ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19

• Corrupção ativa

 

69 Marconny Albernaz de Faria

Lobista apontado como intermediário da Precisa. Há indícios de que ele mantinha relação com o núcleo familiar e uma advogada de Bolsonaro

• Formação de organização criminosa

 

70 Amilton Gomes de Paula

Reverendo apontado como intermediador de venda de vacinas

• Tráfico de influência

 

71 Allan Lopes dos Santos

Dono do site Terça Livre, é uma espécie de líder informal das redes bolsonaristas

• Incitação ao crime

 

72 Paulo de Oliveira Eneas

Editor do site bolsonarista Crítica Nacional

• Incitação ao crime

 

73 Bernardo Kuster

Diretor do Jornal Brasil Sem Medo, de conteúdo bolsonarista

• Incitação ao crime

 

74 Oswaldo Eustáquio

Blogueiro bolsonarista

• Incitação ao crime

 

75 Richard Pozzer

Artista gráfico

• Incitação ao crime

 

76 Leandro Ruschel

Influenciador e empresário

• Incitação ao crime

 

77 Regina Célia de Oliveira

Fiscal do contrato da Covaxin

• Advocacia administrativa

 

78 Thiago Fernandes da Costa

Servidor do Ministério da Saúde que atuou na elaboração do contrato da Covaxin

• Advocacia administrativa

 

79 Precisa Medicamentos

• Ato lesivo à administração pública

 

80 VTC Operadora Logística

• Ato lesivo à administração pública

FONTE/CRÉDITOS: Folha de S. Paulo

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