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A cada dia, 27 crianças são hospitalizadas no Paraná por causa de acidentes

Dados mostram que ocorrências como acidente de trânsito, afogamentos, quedas e sufocação provocam seis mortes infantis a cada 10 dias no estado

A cada dia, 27 crianças são hospitalizadas no Paraná por causa de acidentes
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Ao longo de uma década, causas acidentais como afogamentos, intoxicação, quedas, queimaduras, sufocações e acidentes de trânsito provocaram uma verdadeira tragédia infantil no Paraná. Segundo informações do Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 e 2021 um total de 77,9 mil crianças (0 a 14 anos) foram hospitalizadas no estado, enquanto mais de 2 mil acabaram falecendo por causa de acidentes diversos no período analisado. Entre todas as unidades da federação, o Paraná é o terceiro estado com mais crianças hospitalizadas e o quinto com mais falecimentos.

O levantamento, feito pelo Bem Paraná a partir de duas bases de dados (o Sistema de Informações Hospitalares e o Sistema de Informações sobre Mortalidade), revela ao longo da década analisada 77.943 crianças foram hospitalizadas por causa de acidentes no Paraná, sendo que apenas os estados de São Paulo (174.104 internações) e Minas Gerais (96.448) tiveram mais registros. Além disso, as ocorrências acidentais também provocaram a morte de 2.154 jovens no estado, sendo que apenas São Paulo (5.127 óbitos), Rio de Janeiro (3.046), Minas Gerais (2.791) e Bahia (2.354) tiveram mais fatalidades, em números absolutos.

Com relação às internações, as principais causas de hospitalização de crianças no Paraná são quedas acidentais (39.074 registros entre 2012 e 2021), queimaduras (29.155) e acidentes de trânsito (7.661).
Quanto aos óbitos, as principais causas acidentais de mortes infantis no Paraná são acidentes de trânsito (968 óbitos ao longo de uma década), sufocação (589) e afogamentos (394).

Analisando-se os dados nacionais, verifica-se um cenário ainda mais aterrador. No país, entre 2012 e 2021, 936.043 crianças foram hospitalizadas (média de 256 hospitalizações por dia), enquanto outras 35.341 acabaram falecendo por causas acidentais (o que dá quase 10 mortes diárias).

 

Sufocações registram mais óbitos que internações no Estado
Um dado curioso revelado pelo levantamento do Bem Paraná é que, no caso de sufocações (asfixia provocada pela presença de corpos estranhos nas vias respiratórias), os registros de óbitos de crianças são mais frequentes até mesmo que as ocorrências de hospitalização. No Paraná, entre 2012 e 2021, 509 crianças foram internadas por causa do problema, mas 589 acabaram falecendo sufocadas no mesmo período.

 

De acordo com o doutor Mario Vieira, chefe do departamento de Gastroenterologia do Hospital Pequeno Príncipe, os acidentes com corpos estranhos levados até a boca envolvem duas possibilidades. No primeiro caso, esse corpo estranho “tranca” a via aérea do paciente e bloqueia a passagem de ar, o que pode levar ao óbito da pessoa em questão de minutos. Outra possibilidade é esse objeto ir parar no trato digestório, o que pode causar outras complicações.

“A primeira hipótese é a mais grave. Muitas vezes, o corpo estranho nem chega na traqueia, bloqueia [a passagem de ar] já na laringe, na garganta. É um cenário crítico, no qual a criança muitas vezes não consegue nem chorar. Nesses casos, se deve virar ela de barriga pra baixo, com a cabeça abaixo do corpo, e ir dando uns tapinhas nas costas”, diz o médico.

Já os casos em que o corpo estranho vai parar no trato digestório envolvem objetos pequenos, como moedas ou pedaços de algum brinquedo que ficam à disposição da criança acidentalmente. “Nesses casos, podem acontecer duas coisas: o objeto parar no esôfago e a criança não consegue comer ou beber, mas consegue respirar. Se vai para o estômago e é um objeto não perfurante, não cortante, eles são eliminados espontaneamente. Mas já tivemos crianças que engoliram escova de dente, prego e até pilhas pequenas. Isso pode levar à perfuração dos órgãos, as baterias são alcalinas, como se fosse soda cáustica.”

Caso os pais suspeitem da ingestão de algum objeto estranho pela criança, o recomendado é levar o pequeno ao hospital para ser examinado. “No hospital fazemos raio-x, radiografia, e identificamos onde está esse objeto e se vai ser preciso algum procedimento para retirar esse material. A faixa etária que isso mais acontece é entre 2 a 6 anos de idade, que é quando a criança tem mais curiosidade e leva tudo para a boca. O importante é ensinar desde pequeno que não se coloca coisas na boca”, orienta o médico.

 

Vigilância em casa

Como prevenir acidentes com os pequenos
Segundo a doutora Simone Borges da Silveira, responsável pela emergência convênios do Pequeno Príncipe, as principais ocorrências que chegam até o hospital infantil envolvem a queda de crianças. Segundo ela, os mais diversos fatores costumam estar associados a essas situações. “O que chama a atenção é a queda do bebê-conforto. Os pais ou responsáveis não verificam se está com a trava, o bebê conforto vira, a criança está sem o cinto e acaba caindo”, aponta a médica, comentanto ainda que situações em trocadores e quebras de cama também são comuns entre os menores, enquanto entre crianças maiores (a partir dos nove anos de idade) as situações mais comuns são queda de bicicleta ou quedas na escola, durante brincadeiras e corridas, por exemplo.

 

Ela aponta também que são frequentes os casos de queimadura, ainda que as ocorrências mais graves acabem não indo para o Hospital Pequeno Príncipe, mas para o Hospital Evangélico, que possui uma ala exclusiva para o atendimento a queimados. “Uma queimadura bem comum, em bebês com cólica, são casos em que as mães vão fazer compressa morna, colocar a bolsa de água quente na barriga, mas não verificam se está muito quente e acabam queimando os bebês”, aponta a médica do HPP, orientando ainda para os pais sempre tomarem cuidado com qualquer objeto que contenha líquido quente. “No fogão, cuidar com as panelas, sempre mantendo os cabos da panela para parte de dentro do fogão. Também cuidar com o alcance da criança em recipientes como xícaras de café ou copos com água quente.”

 

Ela aponta também que são frequentes os casos de queimadura, ainda que as ocorrências mais graves acabem não indo para o Hospital Pequeno Príncipe, mas para o Hospital Evangélico, que possui uma ala exclusiva para o atendimento a queimados. “Uma queimadura bem comum, em bebês com cólica, são casos em que as mães vão fazer compressa morna, colocar a bolsa de água quente na barriga, mas não verificam se está muito quente e acabam queimando os bebês”, aponta a médica do HPP, orientando ainda para os pais sempre tomarem cuidado com qualquer objeto que contenha líquido quente. “No fogão, cuidar com as panelas, sempre mantendo os cabos da panela para parte de dentro do fogão. Também cuidar com o alcance da criança em recipientes como xícaras de café ou copos com água quente.”

FONTE/CRÉDITOS: bemparana
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